A partir de uma investigação realizada pela Polícia Civil da Paraíba, foi preso, na tarde desta quinta-feira (25), um homem suspeito de integrar uma organização que estaria promovendo ações fraudulentas no sentido de agilizar processos relativos à regularização de cursos de educação a distância no Conselho Estadual de Educação. De acordo com o delegado Paulo Ênio Rabelo, o homem preso é proprietário de várias empresas do ramo da educação.
A prisão realizada nesta tarde foi o primeiro resultado de uma investigação que teve início ano passado. No dia 15 de dezembro de 2023, foram realizados seis depósitos, totalizando R$ 3 mil, na boca do caixa de uma agência do Banco Bradesco, sem qualquer identificação do depositante, na conta de uma servidora que compõe o quadro do Conselho de Educação da Paraíba. A servidora, que estranhou os depósitos e não conseguiu identificar sua origem, procurou o gerente da agência, quando foi informada que não poderia ter acesso às imagens do depositante, a não ser por meios legais. A servidora então, prestou um Boletim de Ocorrência.
No decorrer desse processo, foi criado uma conta de e-mail, em que foram anexados os comprovantes dos depósitos e encaminhados para os integrantes do Conselho de Educação e para o Secretário de Educação do Estado. Também anexados no mesmo e-mail, conversas no whatsapp em que a servidora pedia propina para liberar processos de autorização para matrículas em determinados cursos de Educação à Distância – EaD, que estão suspensas por suspeitas de irregularidades. As conversas anexadas eram todas forjadas, afirma o delegado.
Em posse das imagens da agencia bancária, foram identificados dois homens e um veículo da marca Hillux. Pelas imagens, é possível visualizar que o condutor do veículo aguarda um outro homem, que entra na agência e faz os depósitos. “Foi a partir da identificação desse veículo que chegamos até o preso de hoje, que em depoimento, identificou o autor intelectual da ação”, afirmou o delegado. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados.
Ainda de acordo com Pedro Ênio Rabelo, “as investigações continuam no sentido de identificar, e se for caso, prender outros envolvidos nessa teia tenebrosa feita no sentido de manchar a imagem da servidora do Conselho Estadual de Educação e provocar sua demissão”. O suspeito preso alegou, em depoimento, que esse ‘mandante’ afirmou que os processos pendentes seriam agilizados com o afastamento da servidora. Tanto o ‘mandante’, quanto o preso, seriam donos de cursinhos EaD que estariam com irregularidades e pendências junto ao Conselho.
Sobre o terceiro envolvido, que realizou os depósitos, o suspeito preso declarou que se tratava de um pedreiro que realizava uma obra em sua propriedade, e que ele não recebeu nenhuma compensação. O delegado afirmou que o pedreiro também será ouvido.
O inquérito continua aberto e há fortes indícios de participação de pessoas de outros estados.
Taty Valéria