Até quando a mulher será tratada como a culpada do estupro que sofreu?

By 12 de junho de 2019Lute como uma garota
Mulheres convocaram “Demonstração das Flores”  — Foto: Issei Kato/Reuters

Isso aconteceu no Japão. Mas prova que o ‘bicho homem’ pensa da mesma maneira em todo lugar do mundo.

A legislação japonesa exige que fique provado que violência ou intimidação estava envolvida no ato, e as mulheres japonesas se uniram para mudar a lei.

As sobreviventes de abuso sexual levaram flores e cartazes com slogans como #MeToo e #WithYou (“eu também” e “com você”, em português) e relataram suas experiências, para mostrar a necessidade de descartar uma medida que afirmam que sobrecarrega as vítimas de estupro, além de desencorajá-las de fazer as denúncias e prejudicar suas chances na Justiça se o fizerem.

Absolvições recentes no país geraram indignação pela lei, que pode tornar impossível provar o estupro em situações em que não há tentativas de defesa.

Em uma dessas decisões, em março, um tribunal na cidade de Nagoya absolveu um pai acusado de estuprar a filha de 19 anos. Vítimas e ativistas querem que a lei seja alterada para barrar todo tipo de estupro.

“Esse tipo de caso continua porque a maioria das pessoas não tem a impressão de que os julgamentos estão errados”, disse a designer Miku Yokoyama, de 23 anos, que compareceu ao protesto de terça. “Estamos aqui hoje para fazer um movimento para mudar isso.”

A legislação japonesa foi revista em 2017 para incluir penas mais severas para o crime.

“Se continuarmos dizendo ‘não’ à violência sexual e expressando nossas vozes, espero que essa lei irracional mude”, disse Misa Iwata a uma multidão de centenas de pessoas reunidas perto de uma estação em Tóquio. Ela afirmou ter sido estuprada por uma gangue aos 16 anos.

“Levantar a voz é assustador”, acrescentou Misa, que faz parte de um grupo de vítimas de abuso sexual. “Mas, levantando nossas vozes, a sociedade e a política certamente mudarão.”

leia a matéria completa no G1

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