Setembro amarelo! Depressão acende o alerta de se não calar diante da pandemia na saúde mental de todos

By 1 de setembro de 2020Lute como uma garota

Medo da doença e da morte, incerteza sobre o que vem pela frente, confinamento, solidão, más lembranças, aumento da carga de trabalho, convívio com um companheiro violento… Os problemas cotidianos que as mulheres já enfrentavam diariamente se potencializaram com o coronavírus. Uma pesquisa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), aponta que os problemas de saúde mental estão aumentando em escala preocupante durante esse período.

O levantamento aponta que os casos de depressão quase dobraram e os de ansiedade e estresse tiveram um aumento de 80%. Além disso, a pesquisa revelou que as mulheres são as mais propensas do que os homens a sofrer com ansiedade e estresse durante o período de epidemia. A ONU chegou lançar uma normativa salientando a necessidade urgente de aumentar os investimentos em serviços de saúde mental durante a pandemia de Covid-19.

Com a chegada da campanha Setembro Amarelo, cresce o sinal de alerta.

“A pandemia está quebrando nossas certezas, mostrando que muitas das premissas com as quais construímos nossa vida não se sustentam, como, por exemplo, ‘se eu fizer as coisas certas, tudo vai dar certo’ ou ‘sou uma pessoa do bem e as coisas não vão me atingir’. A realidade contesta essas premissas sem que tenhamos tempo de refletir e reorganizar nossa vida. Isso faz com que muitos sintam dificuldade de cuidar da própria vida ou de enxergar uma luz no final do túnel. Perdemos nortes. Surge desalento”.

A avaliação de Maria Helena Pereira Franco, professora titular de Psicologia Clínica e coordenadora do Laboratório de Estudos e Intervenções sobre o Luto (Lelu), da PUC-SP. Ela recomenda que busquemos nossa rede de apoio, aquela que entendemos que nos sustenta, seja ela qual for. Família, amigos, vizinhos, igreja. Mas nem sempre conseguimos.

Nesse casos, serviços como o Centro de Valorização da Vida (CVV) – organização que presta apoio emocional e atua na prevenção ao suicídio – podem ser acionados. Ele atende pessoas que precisem conversar, gratuitamente, 24 horas por dia, com garantia de sigilo. “Uma das principais queixas das pessoas que nos procuram, independente da época da pandemia, é que estavam cercadas de outras pessoas, mas se sentiam sozinhas. Procurar ajuda de alguém neste momento é mais relevante ainda, porque as pessoas podem estar efetivamente sozinhas”, afirma Adriana Rizzo, voluntária e porta-voz da organização.

De acordo com ela, as reclamações sobre o coronavírus não têm ocorrido contra a quarentena em si, mas sobre a incerteza e o medo em relação ao futuro. Em termos nacionais, não houve aumento significativo de procura pelo CVV, com os números mantendo frequência mensal de 10 a 12 mil contatos por dia.

O CVV tem cerca de 4 mil voluntários e a ligação pode ser feita de um telefone celular mesmo sem crédito ou através de telefones públicos sem custo através do número 188 (24 horas) ou pela rede. Na página do CVV, você pode conversar pelo chat.

O mais importante desse texto é que você saiba que pode sim pedir ajuda. Carregar os problemas do mundo inteiro nas suas costas não é saudável, nem justo. Você só será uma boa mãe, uma boa profissional, uma boa amiga e uma boa companheira se for boa com você. Se coloque à frente e se cuide.

da redação

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