Mario Frias: a tentativa desesperada de conquistar algum tipo de respeito

O secretário especial da Cultura, Mario Frias, anda e despacha armado no ambiente de trabalho, deixando a arma visível na cintura. A informação, publicada inicialmente pela “Folha de S.Paulo”, foi confirmada por três fontes que frequentam a secretaria.

Segundo uma delas, a arma “gera mal-estar e desconforto entre funcionários e pessoas que se reúnem com o secretário”. Sobretudo porque o clima nos corredores da secretaria é de tensão recorrente. Há relatos de “escândalos e ofensas” aos gritos, dirigidos a servidores e terceirizados, que seriam presenciados com frequência.

Frias é fã de armas e tem uma pistola Taurus de calibre .9mm registrada em seu nome, de acordo com o site da Polícia Federal. Sendo civil, ele precisa ter um documento de porte, que autoriza o cidadão a circular com uma arma de fogo “de forma discreta”, de acordo com o site do governo federal. O secretário obteve o porte no fim de 2020. Ele solicitou o documento em 3 de dezembro de 2020, apresentando como justificativa os riscos de correria ao ocupar o cargo. No dia 7, o requerimento foi deferido e, no dia 10, foi emitida a carteira de porte, com validade de 5 anos. O documento tem categoria “defesa pessoal” e é válido em todo o território nacional.

Nem todos os servidores convivem diretamente com Frias e sua arma, mas a atuação do secretário e seus subordinados diretos é vista como preocupante. Alguns afirmam que há boicotes, como a falta de retorno às demandas, e perseguição a servidores chamados, por exemplo, a dar informações ligadas à secretaria em audiências públicas.

Segundo o relato, há casos de processos administrativos e retaliações internas. Há quem use a expressão “clima de DOI-CODI”, referindo-se ao órgão de repressão da ditadura militar, por conta de decisões como a de um ofício de setembro passado, em que Frias centralizava a aprovação de conteúdos de postagens nas redes sociais das instituições ligadas à pasta.

Símbolo fálico

As armas de fogo, assim como as espadas e os punhais, são símbolos fálicos, que representam o órgão sexual masculino na forma ereta. No campo da simbologia, que perpassa conceitos de masculinidade tóxica, eles transmitem a ideia de virilidade, agressividade e poder.

Uma pesquisa realizada pela Universidade de Columbine, nos Estados Unidos, identificou uma correlação entre o tamanho do pênis e a posse de armas. O resultado, apesar de óbvio, foi interessante: homens com pênis pequeno (ou que se julgam com pênis pequeno) têm mais armas.

Em “A Interpretação dos Sonhos”, Freud, o pai da psicanálise, apresenta as armas como símbolos masculinos poder. Desde os primeiros tempos da civilização humana, o pênis sempre foi um símbolo de poder porque nas culturas que valorizam a força física o membro masculino perfura, penetra e domina o órgão feminino.

Mario Frias foi galã Malhação no início dos anos 2000. Não se consagrou pelo talento na teledramaturgia, não alcançou o estrelato, e nem mesmo fazer fotos pelado se mostrou suficiente para voltar aos holofotes da fama. Não entende de gestão, nem do que significa políticas públicas. É mais um “enfeite” de mau gosto colocado em Brasília.

Diante da falta de credibilidade profissional e ética, o uso explícito de uma arma de fogo é a tentativa desesperada de conquistar algum tipo de respeito em seu ambiente. Não funcionou, e nem vai.

 

da redação, com informações do UOL

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