Advogado dos Bolsonaros vira réu por racismo contra garçonete; “Você é uma macaca. Você come o que te derem”

Advogado da família do presidente Jair Bolsonaro, Frederick Wassef se tornou réu pelos crimes de racismo, injúria racial e vias de fato contra uma atendente de uma pizzaria de Brasília.

O juiz Omar Dantas Lima, da 3ª Vara Criminal da capital, acatou, nesta quinta-feira (17), a denúncia feita pelo Ministério Público do Distrito Federal (MPDF).

“Diante da prova da materialidade e dos indícios de autoria que recaem sobre o denunciado, recebo a denúncia”, escreveu o magistrado.

Promotores de Justiça pedem que Wassef seja condenado a pagar uma indenização de R$ 30 mil por danos morais coletivos, além de pagar, no mínimo, R$ 20 mil à vítima.

Na denúncia, o MPDF afirmou que “o comportamento do denunciado reproduz a perversa divisão dos seres humanos em raças, superiores ou inferiores, resultante da crença de que existem raças ou tipos humanos superiores e inferiores”.

De acordo com a acusação, Wassef afirma “não desejar ser atendido por uma pessoa negra, humilha a atendente negra e chama de ‘macaco’, expressão que tem sido historicamente utilizada no Brasil como uma ofensa direcionada especificamente às pessoas negras, destinada a reforçar o estereótipo de sua subalternidade social, tratando-se, claramente, de uma ofensa à honra que faz referência à cor e raça da vítima”.

‘ Você é negra, tem cara de sonsa’

A investigação começou após Danielle da Cruz de Oliveira, 18 anos, registrar um boletim de ocorrência na 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul) de Brasília.

“Não quero ser atendido por você. Você é negra, tem cara de sonsa e não vai saber anotar meu pedido”, teria dito Wassef à atendente, em 8 de novembro de 2020, segundo o registro policial.

Ele ainda voltou à pizzaria, no mês seguinte, e reclamou da comida com a mesma atendente, com novo insulto: “Você é uma macaca. Você come o que te derem”.

Além da atendente, outros funcionários da pizzaria prestaram depoimento e confirmaram a versão dela.

Wassef nega todas as acusações e diz que tudo não passa de um complô para a atendente tirar proveito financeiro.

Pertence a Wassef o imóvel em Atibaia (SP) no qual foi preso o policial militar aposentado Fabrício Queiroz, ex-assessor e ex-motorista do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). O advogado mora em Brasília.

À Polícia Civil, um caseiro afirmou que Queiroz estava no imóvel havia mais de um ano. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Paulo disse que o imóvel era um escritório de advocacia de fachada.

com informações do portal O Tempo

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