Em 4 de maio, Fabiano Kipper Mai, de 18 anos, entrou numa escola infantil armado com um facão. Duas professoras e três bebês foram assassinados. O caso aconteceu em Saudades, Santa Catarina. Fabiano segue preso.
Dia 10 de maio, a Polícia Civil de São Paulo prendeu um jovem de 19 anos suspeito de planejar um ataque a alunos de uma escola na cidade de Suzano.
Já em 17 de maio, 5 adolescentes foram apreendidos Os cinco menores, com idades entre 14 e 16 anos, teriam ameaçado realizar um atentado contra colegas e professores em São Domingos, em Santa Catarina.
E nesta quinta-feira, 27 de maio, uma investigação da Embaixada dos Estados Unidos e do Ministério da Justiça levou a Polícia Civil de Goiás a apreender um adolescente de 16 anos suspeito de planejar ataques a escola de Goiânia. A apreensão se deu por prática de ato infracional análogo ao crime de racismo.
O nome do adolescente não foi divulgado. Segundo a polícia, ele foi liberado, mas vai responder pelo crime de racismo e deve ser acompanhado, a partir de agora, pelo Conselho Tutelar e Ministério Público.
A delegada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), Marcella Orçai, disse que o adolescente admitiu ser racista e que admira a doutrina nazista.
“Ele afirma que em relação às escolas, ao material que nos foi repassado de uma conversa em que planejariam um ataque, ser uma brincadeira, mas alegou saber manusear arma de fogo”, detalhou a delegada.
A investigação descobriu que o adolescente usava vários perfis falsos para manter conversas com pessoas de outros estados, onde falavam em atacar escolas. Nessa conversa, o adolescente escreveu:
“Cara, se um dia eu tiver grana suficiente, queria fazer uma escola nazi, no sul”.
Em uma rede social, postou uma descrição dele mesmo: jovem, branco, rico e bonito. 16 anos. nazifascista.
Durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão na casa do adolescente, a polícia apreendeu dois celulares e documentos que serão periciados.
“Através desses celulares, nós esperamos identificar aí talvez uma rede de pessoas que tenham esse mesmo objetivo, de pessoas que se intitulam atiradores em escola”, explicou a delegada Marcella Orçai.
No celular do adolescente, segundo a polícia, foram encontrados inúmeros indícios de participação em grupos que planejam massacres a escolas, além de apoio a ações e doutrina nazista.
Os policiais encontraram na residência anotações e desenhos feitos à mão de cunho violento e que enaltecem o nazismo por meio de mensagens e símbolos.
“São crimes graves e conforme vemos, todos os dias, são ações que estão sendo reprimidas com rigor da lei. E se alguém acha que isso é uma brincadeira, que vai realizar ali, que vai usar um perfil falso, existe sim maneiras de chegar e nós estamos demonstrando isso todos os dias”, ponderou a delegada.
Desde a tragédia em Santa Catarina, outros 4 ataques foram desarticulados pelas autoridades. É possível que o caso da cidade de Saudades tenha plantado a “semente da maldade” e que outros adolescentes tenham “se inspirado” pela repercussão do caso. Mas, o mais provável é que essa semente já tenha sido plantada, germinada, e já virou uma erva daninha.
Também é possível que esse número de ataques planejados é infinitamente maior do que os quatro que foram desarticulados. O que fazer? A quem recorrer? Pra onde correr?
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